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11 de junho de 2012

'Há sempre uma doçura de outras horas'




no Café da Fábrica, a 26 de maio de 2012

~

" (...) Veio o pão, veio o lume
e o jornal. A saliva com que te hei-de dizer bom-dia.
As palavras são as primeiras a chegar. O que fica delas
amacia o papel. Pão quente com o sono de ontem
e os sonhos de hoje. Prepara-se o dia, os passos de
ir e vir. Estou cada vez mais perto. Olhas-me
como se soubesses o que hei-de saber mais logo.
Nesta cidade nunca é meio-dia. Há sempre uma doçura
de outras horas (...)" ~ Rosa Alice Branco




28 de maio de 2012

~



"Os amantes de hoje preferem a droga mais leve, o tabaco mais light ou o café descafeinado. Já ninguém quer ficar pedrado de amor ou sofrer de uma overdose de paixão. As emoções fortes são fracas e as próprias fraquezas revelam-se mais fortes. Os amantes, esses, são igualmente namorados da monotonia e amigos íntimos da disciplina. O que está fora de controlo causa-lhes confusão, e afecta-lhes uma certa zona do cérebro, mas quase nunca lhes toca o coração. O amor devia ser sonhado e devia fazê-los voar; em vez disso é planeado, e quanto muito, fá-los pensar. 

 Sobre o amor não se tem controlo.

É um sentimento que nos domina, que nos sufoca e que nos mata. Depois dá-nos um pouco vida. No amor queremos viver, mas pouco nos importa morrer e estamos sempre dispostos a ir mais além. Deixamo-nos cair em tentação, e não nos livramos do mal, embora procuremos o bem. No amor também se tem fé, mas não se conhecem orações: amamos porque cremos, porque desejamos e porque sabemos que o amor existe. Amamos sem saber se somos amados, e por isso podemos acabar desolados, isolados e deprimidos. Que se lixe! O amor não é justo, não é perfeito; no amor não se declaram sentenças nem se proferem comunicados. O amor prefere ser imprevisível, cheio de riscos e de fogo cruzado. No amor os braços não se cruzam, as palavras não se gastam e os gestos servem para o demonstrar. Amar também é lutar, e enfrentar monstros fabulosos com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. É uma ilusão, um sonho, um absurdo e uma fantasia. O amor não se entende, não se interpreta, não se discerne nem se traduz. Quem ama acredita, mas não sabe bem porquê, não sabe bem o quê, nem percebe bem como."  ~ Rogério Fernandes, in 'Alterne Activo'




' quero ser funcionário, com cargo honorário e carga de horário e um ponto a picar '

 no Teatro do Bairro Alto, a 21 de maio de 2012


O Mendes implorou com João Só para que o seu amor não entrasse no comboio, com o conselho de a cidade não lhe assentar bem. Também todo Azeitona e galanteio, o Miguel, convidou as mais bonitas raparigas do norte, a ver os aviões a Leixões e recordou como eram aqueles cartoons que víamos nas manhãs da rtp1. Agora, arrisca a solo, o confronto com todos os maridos deste país! Uma ousadia…


“ Se alguém pudesse pôr um fim à maldição
Que entristece a nossa anti-geração
Talvez se o Maradona ainda jogasse futebol
E o rock and rol ainda fosse a canção

Tantas memórias, tantas pontas desconexas
Se o Chuck Norris ainda fosse o rei do Texas
E derrubasse o muro entre nós e o amanhã
Sem fé no futuro, rumo ao passado, a cantar

Não ficamos à espera, não sustemos a respiração
À espera que o D.Sebastião nos traga a redenção
O povo não desespera, a gente sabe que ainda há solução
Porque o fizz limão, ai o fizz limão, há-de voltar
Num dia de sol o fizz limão há-de voltar (…)” - maj


27 de maio de 2012

' uma taberna cravada, no lugar vazio do coração '

na Taberna 1300, a 27 de abril de 2012

tchi-tchin! à vitela barrosã e ao monte cascas, ao toucinho com pão e ao vinho direto do pipo. tchin-tchin!





" Talvez viver seja isto,
isto precisamente

Um ovo estrelado com pão
uma taberna sob impiedosa trovoada
quando a cidade anoitece e se ouve
qualquer relato decerto importante
em que o herói se chama Sporting
(...)

E talvez viver seja isto, a cruel poesia
dos tóneis, o mármore de balcões engordurados,
este morrer
de um modo gentil, quase despercebido.

Não importa quem lembra as tabernas
que lentamente se apagam
os versos tristes que as cantam" ~ mdf


' tudo é tempo, e tempo é tudo / tudo é tempo, e tempo é nada '

 no Pois Café, a 22 de abril de 2012



" (...) Óculos escuros
 Na parede, na parede, na parede do meu sonho
 Ela pintou alegria
 Arrumou tudo em mim
 Café com pão é bom "
- Caetano e Jauperi


7 de maio de 2012

' apeishonei-me aqui '

no Peisheirada, em março de 2012

acontece. aqui. ali. acolá. noutro sitio qualquer.
 acontece. ontem. hoje. amanhã. noutro tempo qualquer.


 " (...) Atirei um limão n’água.
 Foi tamanho o rebuliço
 que os peixinhos protestaram:
 Se é amor, deixa disso. " - cda

23 de abril de 2012

' as minhas músicas por debaixo, das portas'

no Auditório Padre Carlos Alberto, Baga&The les big macs || Walter Benjamin, a 21 de Abril de 2012


há noites que têm como matéria, o sonho.
tudo o que se ouviu, veio de dentro da imaginação e fez perguntas:
quão rápido anda o amor? ou, como é, essa nossa casa que imaginamos?


Walter Benjamin, não esteve sozinho. nem a sua companhia fora um desperdício. antes pelo contrário.
a mais valia, de ter o privilégio de partilhar o mesmo sono, num sonho, de um sábado em abril.



 “ If you wait for me
 In the land of dreams
 that we’ve made
 If i wait for you
 You will dance with me
 And I will dance with you ”


21 de abril de 2012

'temos tudo o que é estudo, emprego zero'

no Bar Europa, Capicua na Optimus Discos, a 12 de Abril de 2012


"temos tudo o que é estudo, emprego zero (...) seremos nós os hérois?"


façamos um rewind no cenário do hiphop de sotaque do norte.
de sermos todos gordos com os Mind De Gap ou de apanharmos com os Dealema, o Expresso do Submundo aos cuspidores MatoZoo; Capicua recua e vai buscar o que os 7PM preconizaram desde o início do século:
"das palavras aos (pr)actos".

nesta noite, viveu-se a "vida como no primeiro dia". Capicua foi corrosiva, atenta e lider desta guerrilha cor de rosa de MC's, ou seja, de Marias Capaz. Contudo, a firmeza dos versos, deram também lugar às palavras mais doces. A Casa no Campo é por certo, a canção que Elis Regina mais gosta de ouvir ser rappada. Talvez por ela, ter sonhado, com uma. Talvez uma, que idealizo também.



"um filho, um livro, um disco, uma árvore,
dois amigos, dois umbigos, unidos num chão de mármore,
quatro tempos, quatro ventos, dentro de quatro paredes,
debaixo de um chão de estrelas,
a nossa cama de rede"


'café é amor, faz-me ser Michael Jac-k-són!'

na Pensão do Amor, Lucas Bora-Bora, na Optimus Discos, a 12 de Abril de 2012

desde 2008, que estava para ouvir a café, novamente, além Roma. a música portuguesa esteve soberba e de noitada no Cais. Lucas Bora-Bora, apresentou-se num tom exótico e jocoso, em que "se a virgindade é virtood/ não há Marias em Hollywood". Da América do Norte, viajando para sul, Agenor Neto, esteve presente. E para minha surpresa, Exagerado seria pensar que iria ouvir o público cantá-la. 

~

"café, é perspectiva
se dentro não corre nada, o Kerouac passou na Brasileira, antes de se fazer à estrada,
dê-me um café prá veia, dê-me uma ideia, uma bomba pró coração"


sete mil novecentos e quatorze

Largo da Academia das Belas Artes, 25 de Fevereiro de 2012, já a primavera ia larga.

~
" (...) Então Abril chega e é só mais um mês,
 e a primavera rebenta cada vez mais distante
 dos nossos gestos. Não contamos os cabelos,
 mas vê-se bem que são cada vez menos
 e a juventude, essa foi uma piada que na altura
 não entendemos, e agora é já um pouco tarde
 para nos começarmos a rir.
 Estas coisas acontecem por uma boa razão,
 acho eu. Mas o meu timing continua a não ser
 dos melhores. Até por aí
 me achego mais a versos, nestes cadernos
 de exercícios onde marcamos encontros às cegas
 em lugares onde às tantas até é indiferente
 se mais alguém virá ou não." ~ dvp


20 de março de 2012

'vocês são do caralho'



no Coliseu dos Recreios, a 18 de Março de 2012

“ I'll win, I'll never give in
 Our love has got the power
 Too many lovers in one lifetime
 Ain't good for you
 You treat me like a vision in the night
 Someone there to stand behind you
 When your world ain't working right
 I ain't no vision, I am the girl
 who loves you inside and out
 Backwards and forwards with my heart hanging out
 I love no other way
 What are we gonna do if we lose that fire”

 (Inside & Out – Feist)


 

Há palavras que, por mais fortes que sejam, perdem toda a obscenidade no português de Leslie Feist.
 "Vocês são do caralho", foi a frase apoteótica, de uma grande noite, que queria ter sido perfeita. Quis ter sido por dentro, por fora; para trás, para a frente; do lado certo e do osseva...

 E por essa ausência, não a foi.

16 de março de 2012

'tenho uma afta na boca'

no Kolovrat 79 Roof, a 10 de Maroço de 2012

Passada uma semana, parece que todos se lavaram com água e sabão,
para se colarem e falarem das Pega Monstro!


 Até as "Dondocas" indie, se cantaram: " há gajas que gostam de levar na boca",
que nem groupies berrantes dos Millencolin! 
 Dá gozo. Dá gosto, isso. Foi uma noite de ficar com aftas na boca.

'foi como amor, aquilo que fizemos'


 no São Luiz, a 7 de Março de 2012

"Não se deitam comigo corações obedientes", fica esclarecido com A Naifa.
 Deixemo-nos de tradições lambe-botas.
Deixemo-nos de reverências.

Adília Lopes, ouviu-se em
 "não há mais mundos, este chega e sobeja, afinal o fruto proibido, era a cereja!"
Deixemos-nos de maças.

Bombas (ou agonias para estes tempos felizes de crises)


desenhado durante Bombas (ou agonias para estes tempos felizes de crises), de Susana Vidal, a 3 de Março.

"Depois chorei porque tinha muito por fazer (...)
 Nem a bomba mais poderosa se compara ao meu
coração ansioso por ser feliz"

27 de fevereiro de 2012

'Não namores os franceses, menina Lisboa'

 no Storik, a 25 de fevereiro de 2012



Lisboa, fala japonês.
De Alface vestida, despe-se de fronteiras e pede sushi, teriyaki e sashimi, no Alecrim, pelas mãos do sushiman Marcelo Salvador.

Lisboa, fala francês.
Amália implorou que a capital, não fosse francesa, pondo em causa a sua felicidade mas, na Bica, o Pascal assegura o contentamento de chez ami, com um brunch de sotaque franco-português, três gracieux

Lisboa, fala espanhol.
Lisboa, fala italiano.
Lisboa, fala alemão.
Lisboa, fala turco.
Lisboa, até russo, já ouvi dizer que fala!

Lisboa, ainda fala português, no sabor?


no Le Petit Bistrô, a 26 de fevereiro de 2012



Ayrton "sem fronteiras" Lhasa

 no ccb, a 21 de dezembro de 2011


 no maria matos, a 16 de fevereiro de 2012
João Lobo + Norberto Lobo


"A Música, como os jogos, é sem fronteiras. Ou pelo menos dilui-as." - Norberto Lobo


20 de fevereiro de 2012

'sushi, chá bar e esse seu jeito de falar'


Poderá haver a hipótese de a companhia ser O ingrediente fundamental num prato?




Imaginemo-nos num El Bulli, num Noma, num Le Chateaubriand,...
O vinho é ótimo (olhó acordo aqui tão lindo), o serviço brilhante mas, estamos com a pior companhia imaginável...
É possível o reparo sincero, de cada estrela Michelin?


lá em casa, a 28 de Janeiro de 2012
Agora, estamos lá em casa.
E com a melhor companhia de sempre.
Não vos parece que a comida toma-lhe o gosto? 
O bom gosto das pessoas que lhe dão o toque estrelar da excelência?

17 de fevereiro de 2012

'foram voltas à espera, por querer sempre mais'


no Cinema Nimas, wakeupNimas!, a 23 de Janeiro de 2012
~
David Santos em  Noiserv{sessão dupla}, nessa noite:
"Fazer algo que se gosta e que é útil para as outras pessoas, novas interpretações ao que os outros sentem"

é que nesta partilha de conhecimento, se gera novo saber.
e tenho-lhe sede, por lhe querer sempre demais.


'transbordava para a casa e sobre o pátio, uma onda álacre de Primavera'

no Metro Baixa-Chiado, a 12 de Janeiro de 2012

~
Aquilino Ribeiro, esteve presente e cantou a lírica medieval do século XXI, a cantiga de amigo, do Bernardo:


Eu cá, ri-me. E sei porquê.

15 de fevereiro de 2012

inspira debaixo d'água


no Cinema Nimas, wakeupNimas!, a 23 de Janeiro de 2012

Respirar (Debaixo D'água), 2000, de António Ferreira com música ao vivo, dos a Jigsaw
"É a história de Pedro, que de tanto lhe empurrarem a cabeça para baixo, aprendeu a respirar debaixo de água."




7 de fevereiro de 2012

O velho e o moço ~

no Cinema São Jorge, a 4 de Fevereiro de 2012 

A noite mais fria do ano, não assustou o roque português.
Os Peixe:Avião introduziram ao que  "O que Há de novo no amor?". Bruno Morgado, respondeu e declamou que “só tu me fazes ficar toda a noite sem dormir”, convidando Coração, a cantá-lo também.




Mais tarde, o sabor a gomas de coca-cola ácidas submergiu o São Jorge.
O roque maduro, virou em roque moço, com o Coelho Radioactivo e Cão da Morte.
O público fiel foi uno no grito final de “ O CÃO MANDA” e “ CORAÇÃO NA BATERIA”:



“Que o passado mais vergonhoso não é o meu, nem é o teu
Não é, o passado que passamos juntos
Mas sim, o passado de nós, todos juntos
E o passado, que não passámos
Todos juntos” - Canção do Chapim




Afinal, no amor não há nada de novo, digo-o eu: é velho e moço.



3 de fevereiro de 2012

Ah vai! Me diz o que é o sossego...


Tomo II - 29 Janeiro, no 6º andar, HBA

"De manhã o pão vem morno e guarda o sabor da lenha que o
[cozeu.
Comemos em silêncio sobre uma toalha de quadrados azuis.
A louça é limpa, a água mata todas as sedes, o peixe respira
até chegar ao lume. E os dias têm mais horas, não sei porquê."
-mrp

Ah vai! Me diz o que é o sufoco...


Tomo I - 15 Janeiro, no 6º andar, HBA

" O vento, aqui, traz o cheiro da praia até à casa.
As estrelas pousam nos telhados devagar; às vezes caem
e assustam os cães que ladram e nos acordam de noite
em vez dos sonhos. Os dias têm mais horas, não sei porquê."
- mrp

29 de janeiro de 2012

garantia


no Cinema Nimas, wakeupNimas!, a 23 de Janeiro de 2012

~



acabar com essa tralha intelectual


no ccb, a 21 de Janeiro de 2012

~




22 de janeiro de 2012

Saber ~

 na Lx Factory, a 21/22 de Janeiro de 2012



não se trata de uma Mona Lisa de Geléia de Uva e Mona Lisa de Manteiga de Amendoim mas, de um landeau de chocolate, colorido com cacao em pó. Vik ficaria guloso se conhecesse este recanto, na Fábrica.

~

é um desenho de sexta, mais do que um desenho de sábado. com ele, a palavra SABER.
a quem e para quem: divide o bom gosto, o [saber de sabor].  
a quem e para quem: partilha o [saber de sabedoria].
que fique o registo, que tanto queria e lhe disse, como memória do verbo saber, que lhe assenta tão bem
quanto o substantivo tempo.



15 de janeiro de 2012

"Qu'ils mangent de la brioche"

  no Poison D'Amour, a 15 de Janeiro de 2012


Sentemo-nos hoje, à mesa deste Veneno d’Amor.

Na sala, esperam-nos Piaf e o seu amado Teo, que partilham com um só garfo, a bavaroise; ao lado, Louis XVI de Bourbon de bochechas cheias de pains aux raisins; enquanto que Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine, claro está, pede um brioche. Rick Blaine e Ilsa Lund, sabem que aqui: 
“Teremos sempre Paris”.

~

 Para mim, uma Tarte de Fruits e chuva lá fora…

9 de janeiro de 2012

em vez de doce.

no Orpheu Caffé, a 7 de Janeiro de 2012

~
sábado entrou guloso, tal como a conversa. imaginem veludo de limão ou um strudel de chocolate de avelãs. Cappucino ou chá de camomila, papel de parede ou versos espalhados pelas mesas…

congelei. em vez de doce, a minha boca encheu-se de uma pura intenção de palavras ~